Do campo à mesa: como a castanha movimenta a economia sustentável

O extrativismo, a agricultura e a pecuária sustentável garantem alimento e renda para milhões de brasileiros. Essas práticas, diversas em suas formas e adaptadas a cada bioma, região e estado, se espalham pela riqueza geográfica do país, dos campos às savanas, dos semiáridos às florestas e matas.  

Um dos retornos da economia sustentável é a castanha. O setor movimenta bilhões de reais, gera milhares de empregos e contribui para manter práticas produtivas alinhadas à preservação ambiental, seja por meio do extrativismo sustentável, seja pela integração com a agricultura familiar e a agroindústria.         

O papel da agricultura familiar e do extrativismo

A agricultura familiar e o extrativismo sustentam grande parte da produção de castanhas no país. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), calcula que cerca de 70% dos alimentos consumidos no Brasil vêm de pequenas propriedades, responsáveis também por movimentar mais de R$2 bilhões em produtos extrativistas ao ano.

No caso da castanha, o impacto econômico é ainda maior quando consideramos os estados do Nordeste, onde predominam as castanhas de caju. O Ceará, por exemplo, se destaca como líder nacional na produção e exportação desse tipo de castanha, impulsionando desde pequenos produtores até grandes agroindústrias. 

Agroindústria: agregando valor e gerando empregos

castanha de caju

A industrialização da castanha agrega valor ao produto, transformando-o em farinhas, óleos, doces, bebidas vegetais e petiscos, que chegam às prateleiras nacionais e internacionais.

No Ceará, esse processo é estratégico: além de fortalecer o mercado interno, garante presença competitiva no exterior. Os produtos derivados da castanha de caju são exportados para países da Europa, América do Norte e Ásia, movimentando divisas e promovendo o nome do estado como referência em qualidade.

Impactos sociais e ambientais

A cadeia produtiva da castanha não gera apenas empregos diretos e indiretos, mas também estimula práticas ambientais corretas. A coleta sustentável e o cultivo consciente reduzem o desmatamento, preservam espécies nativas e fortalecem as comunidades locais.

Além disso, o crescimento do mercado de alimentos saudáveis e veganos tem aumentado a demanda por produtos de origem vegetal, colocando as castanhas como protagonistas de uma economia que une sabor, nutrição e sustentabilidade.

Oportunidades para o futuro

Para que o Brasil, e especialmente o Ceará, fortaleçam ainda mais essa cadeia produtiva, alguns pontos são essenciais:

  • Investir em tecnologia e inovação para processamento e rastreabilidade;
  • Ampliar a industrialização local, gerando mais valor agregado e empregos na origem;
  • Garantir certificações e práticas sustentáveis, valorizando o produto nos mercados mais exigentes;
  • Fomentar a agricultura familiar e cooperativas, fortalecendo os produtores que atuam diretamente na colheita e processamento.

Do campo à mesa, a castanha é muito mais que um alimento: é uma fonte de renda, sustentabilidade e desenvolvimento econômico. No Brasil, ela simboliza a força de uma agroindústria diversificada, enquanto no Ceará, reforça o potencial de um estado que une tradição, inovação e respeito ao meio ambiente para levar sabor e valor ao mundo.